Felicidade: a pauta das discussões em alta performance e sucesso12 min de leitura

Como desenvolver hábitos de alta performance e ser feliz.

“A vida impõe os mesmos reveses e tragédias tanto para o otimista quanto para o pessimista, mas o otimista consegue enfrentá-los com mais tranquilidade.”

– Marin Seligman

Muito se fala sobre alta performance. Na verdade, às vezes, sabemos que é preciso alcançá-la mesmo sem saber ao certo seu significado. Dizem que o sucesso começa com uma mentalidade positiva. Então, comecemos do início. Você já se perguntou o que te motiva? O que te incentiva a fazer suas atividades?

Estamos passando por uma situação econômica complexa, as organizações estão encarando uma transformação digital e de trabalho, e as cobranças por resultados e sucesso têm se tornado cada vez mais frequentes. Por isso, o termo alta performance tem sido muito usado no meio profissional e, às vezes, com a conotação de competição, produtividade e sucesso financeiro.

Alta performance não se limita a essas visões. Mas é um conceito mais amplo, e tem a ver com perseguir os objetivos e quais as atitudes escolhidas para que esse objetivo seja alcançado.

Uma pessoa de alta performance vai além daquilo que se espera dela, do quanto está disposta a melhorar constantemente e é altamente motivada.

Motivação como engrenagem de alta performance

Para responder a perguntas como essas que as teorias motivacionais começaram a ser desenvolvidas a partir da segunda metade do século XX. Motivar é induzir uma pessoa a atingir os objetivos da organização, enquanto tenta também atingir os objetivos pessoais (FERREIRA e ALL, 2005).

Para Abraham Maslow, psicólogo e um dos pensadores do tema, o indivíduo está motivado pela satisfação das necessidades intrínsecas a ele. Embora seja bastante criticada por alguns autores pela fraqueza de fatos que corroboram sua explicação, a Teoria das Necessidades de Maslow é estudada para a compreensão do homem na sociedade e nas organizações.

O psicólogo propõe cinco fatores de satisfação das necessidades do indivíduo, que podem servir para dar direção às ações de marketing e venda: fisiológicas, segurança, sociais, estima e autorrealização. Dessa forma, alcançar a felicidade é uma característica relacionada à motivação, independente se na vida pessoal ou profissional.

Sendo a motivação uma importante engrenagem na busca pela concretização de metas e objetivos, ela também pode transformar equipes em cases de sucesso, por exemplo. Não é à toa que muitas organizações pesquisam sobre o tema, para compreender os mecanismos que motivam seus colaboradores a realizarem suas atividades diariamente. E a hierarquia das necessidades de Maslow classifica as necessidades humanas de forma conveniente e lógica, já que as classifica desde as mais básicas até as mais elevadas.

Se pensarmos no âmbito organizacional, por exemplo, o colaborador precisa de um salário suficiente para sustentar a si mesmo e a sua família, além de benefícios que deem estabilidade e segurança para ele. Quando o colaborador consegue alcançar esses objetivos, ele vai procurar incentivos que aumentem sua participação e reconhecimento dentro da empresa. Sentir-se parte dela proporciona autoestima e realização.

Uma pesquisa de Tendências Globais de Engajamento dos Funcionários, realizada este ano pela Aon, com mais de mil organizações, avaliou o nível de engajamento dos funcionários e apontou que as empresas que enriqueceram possuem funcionários mais motivados. Ainda segundo a pesquisa, as organizações que se preocuparam com a qualidade de vida de seus profissionais e, consequentemente, adotaram atitudes de alta performance, tinham resultados melhores e profissionais mais engajados e por mais tempo na companhia.

Em entrevista para a revista EXAME, Daniela Segre, líder de consultoria em talento da Aon Brasil, afirmou:

“As companhias passaram a investir no capital humano e bem-estar dos funcionários, pois perceberam que o colaborador engajado e verdadeiramente feliz se doa e entrega mais do que o esperado”.

Motivação é uma necessidade de todos. Prova disso é que, atualmente, as organizações mais modernas estão se preocupando em estimular seus funcionários a desemprenharem funções com qualidade, prestando mais atenção às suas necessidades e autorrealização, estimulando o feedback nos processos, além de encorajar a permanência deles na empresa por meio de programas de treinamento.

As companhias perceberam que colaborador mais engajado entrega mais.”

Então, quando falamos em motivação, também falamos em coaching. Os instrumentos de diagnóstico disponíveis pela Fellipelli podem ser grandes aliados no processo de autoconhecimento ao enxergar aquilo que nos motiva.

O instrumento Birkman® é uma avaliação comportamental multidimensional que integra dados comportamentais, motivacionais e ocupacionais. Esta avaliação nos ajuda a identificar as expectativas subjacentes em relação ao meio ambiente de trabalho, os pontos fortes organizacionais e nossas reações de estresse. Com isso, a ferramenta visa entender como nos vemos, assim como as pessoas ao redor.

O Projeto Emotions é uma trilha de desenvolvimento da Inteligência Emocional para ser usada em todos os contextos da vida: pessoal, profissional, relacional, ao resolver um problema, enfrentando situações desafiadoras. Nosso objetivo é conscientizar você e esclarecer que, hoje em dia, ser uma pessoa que possui consciência e controle emocional é ser alguém que apresenta um diferencial competitivo em qualquer situação que se apresente a ela.

Uma fórmula para a felicidade e, consequentemente, para o sucesso

Não existe caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.”

– Mahatma Gandi

O estudo sobre a Psicologia Positiva surgiu nos anos 90. Martin Seligman, um dos criadores do conceito, defende a busca pelo estado de felicidade. Martim acredita que, se os pensamentos negativos podiam ser apreendidos, a positividade e o otimismo também podiam ser desenvolvidos.

O pensamento otimista é o primeiro passo para nos motivar a encarar novos caminhos da vida e a conquistar nossos objetivos. Ou seja, a psicologia positiva nos auxilia a alcançarmos a felicidade.

Embora este seja um dos principais temas de pesquisa da Psicologia Positiva, é verdade que o seu debate vem desde a Antiguidade.

O fato é que felicidade está na pauta das discussões sobre alta performance e sucesso. Psicólogos, filósofos e administradores tentam entender o dilema entre sofrer pressão por bons resultados, mantendo alta performance e ser feliz. Em A Sociedade da Decepção, o filósofo francês Gilles Lipovetsky afirma que, mesmo com uma ótima remuneração profissional, a pessoa pode estar desiludida com o trabalho.

Acreditamos que a felicidade gira em torno do sucesso. Temos o costume de pensar e afirmar que seremos felizes se conseguirmos a tão sonhada promoção ou se formos bem-sucedidos, ou se eliminarmos aqueles cinco quilos que nos incomodam. Agora, nos aprofundando mais no livro “O Jeito Harvard de Ser feliz”, Shawn Achor apresenta motivos para duvidarmos que essa lógica do sucesso esteja certa, e que se sentir feliz não é a consequência de termos sucesso. Mas, que a felicidade vem antes dele.

O “Jeito Harvard de Ser Feliz” mostra os resultados do estudo feito com mais 1.600 estudantes da universidade para entender quais as características que nos levam a ter sucesso na vida. Segundo Shawn, a inteligência e habilidades técnicas de um funcionário correspondem a 25% do seu sucesso, os outros 75% podem ser previstos por três itens: otimismo, conexão social e como se lida com estresse.

Então, como ser assim? O livro traz quatro ensinamentos que levam ao caminho para ser feliz, e ter sucesso:

  1. Moldar nosso cérebro: um estudo mostrou que pessoas que jogaram Tetris – onde cubos diferentes vão caindo e você precisa encaixá-los –, por várias horas durante três dias seguidos, passaram a enxergar o mundo como Tetris, em que tudo se encaixava em seus cérebros. Isso significa que podemos criar hábitos, sejam eles negativos ou positivos. Ou seja, podemos treinar o nosso cérebro para que ele crie hábitos positivos. Esses hábitos correspondem a três etapas:
  • Gratidão: todos os dias, de manhã, escrever três coisas pelas quais somos gratos, e usar dois minutos para mandar uma mensagem para alguém agradecendo – hábito utilizado por empresas como Facebook e Microsoft.
  • Meditação: prestar atenção à sua respiração, sons e experiências do momento reduzem o estresse e ampliam seus sentidos.
  • Exercícios físicos: estimulam o nosso humor e melhoram nosso desempenho no trabalho, reduzindo a ansiedade.
  1. Veja problemas como desafios: quando algo sai do nosso planejamento, mas conseguimos dar a volta por cima, escolhendo a melhor alternativa para solucionar o problema, passamos a ter mais equilíbrio sobre a nossa vida.
  2. Não pare de socializar: muitas vezes, por estarmos atolados de serviços no trabalho, ficamos extremamente focados que esquecemos ou abandonamos os compromissos sociais; deixamos de comparecer no aniversário do amigo ou naquele jantar com a família. Quanto mais se trabalha, mais precisamos de amigos.
  3. Regra dos 20 segundos: o autor diz que se conseguirmos criar hábitos que sejam 20 segundos mais fácies de começar, a probabilidade de executá-lo é bastante alta. Basicamente, é tirarmos a “bunda do sofá” e fazer.

Se conseguirmos que alguém aumente seus níveis de otimismo ou aprofunde sua conexão social ou aumente a felicidade, todos os negócios e resultados educacionais que sabemos testar melhoram drasticamente.”

(ACHOR, 2012)

Cinco hábitos para autorrealização

O psicólogo Seligman, quando escreveu seu livro Florescer, apresentou o modelo “PERMA”, composto por iniciais de cinco elementos dos quais são as bases para um desenvolvimento humano positivo ou, ainda, que podem aumentar a nossa satisfação e felicidade com a vida.

  • Positive emotions ou emoções positivas: este é o primeiro pilar mencionado em sua teoria e trata-se de sentimentos que estimulam alegria, prazer e bem-estar, e nos possibilita conquistar a felicidade. Crer na positividade quando estamos realizando nossas metas também ajuda a desempenhar as tarefas com mais foco e flexibilidade, fazendo-nos olhar para a vida e os acontecimentos com mais esperança e otimismo. Buscar fazer o que nos traz muita alegria e prazer é um caminho para sair de uma fase de dificuldades ou negatividade.
  • Engagement ou engajamento: enquanto desempenhamos as nossas atividades profissionais ou pessoais, o quão estamos envolvidos e conscientes com elas? Quando estamos mais envolvidos, nosso desempenho e produtividade aumentam. Para não ficarmos desmotivados ao realizar tarefas, ainda que sejam aquelas consideradas chatas ou burocráticas, o estado de consciência é o equilíbrio entre mente e corpo para se alcançar o objetivo. Sabe quando estamos tão concentrados e felizes realizando um trabalho, que perdermos a noção de tempo? Então, esse estado de flow (fluxo) é muito importante no âmbito profissional, porque é quando conseguimos unir o que amamos com o que precisamos fazer. Por isso, identificar quais os momentos que nos deixam mais engajados e confiantes faz com que sejamos mais produtivos e alcancemos bons resultados.
  • Relationship ou relacionamento: consistentemente, estamos falando que concentrar o pensamento para o lado positivo nos dá a sensação de otimismo e alegria, o que é essencial para nos motivar a realizar nossas metas e objetivos. Para o autor, pessoas mais felizes tendem a ser mais sociáveis, sendo assim, podemos dizer que manter relações positivas com colegas de trabalho ajuda a atingirmos níveis consistentes de qualidade e performance de resultado entre a equipe. Na prática, os agradecimentos e elogios sinceros, os aprendizados coletivos, bem como o apoio ao executar tarefas faz com que as relações sejam fortalecidas.
  • Meaning ou Propósito: dar sentindo às nossas ações é muito importante para seguirmos com os nossos objetivos. Saber a nossa direção é a motivação para acordarmos todos os dias, trabalharmos e vivermos. Se não estamos conectados com o que fazemos, aquilo perde o sentido. Você tem que descobrir aquilo que te move.
  • Accomplishment ou Realizações: tem a ver com a concretização dos nossos sonhos. Diz respeito às metas claras e tangíveis, foco e dedicação que estabelecemos para a realização dos objetivos. Quando temos clareza do que queremos, somos mais assertivos ao alcançar nossos sonhos. Se você precisa de ajuda em como traçar suas metas e objetivos, vale a pena ler este artigo da Rede Fellipelli.

Saiba mais:

  • ACHOR, Shawn. O Jeito Harvard de Ser Feliz. Editora: Saraiva, 2012.
  • SELIGMAN, Martin E. P. Florescer. Editora: Objetiv, 2012.
  • CSIKSZENT, Mihaly. Flow – the psychology of optimal experience. Editora: Perennial Books, 2008.
Referências bibliogáficas:

Tema: Treinamento e Desenvolvimento

Subtemas: Alta performance: o que é, e os hábitos para maximizar a alta performance na vida profissional e pessoal

Objetivo: Autoconhecimento, Coaching, Neurociência, Desenvolvimento Organizacional, Coaching nas Empresas, Team Building, Avaliação Comportamental, Treinamento Motivacional.

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