Competências socioemocionais5 min de leitura

As competências humanas que ajudam a encarar os desafios inerentes não apenas à carreira, mas à vida como um todo.

Todo aprendizado tem uma base emocional.”

– Platão

A despeito dos grandes avanços recentes, há ainda inúmeros questionamentos sobre a mente humana e seu complexo sistema de formação de memórias, gestão de emoções e construção de conhecimentos.

Nas últimas décadas, empresas de diversos portes e setores vêm se mostrando cada vez mais interessadas nesse tema, revirando o mercado de trabalho em busca de profissionais capacitados a atender às novas demandas do século XXI. Nesse sentido, profissionais, pesquisadores e empresários ainda se questionam: quais seriam as habilidades fundamentais nesse cenário?

De modo geral, as escolas e universidades se concentram primordialmente em preparar os alunos para o mercado de trabalho, transmitindo conteúdos fundamentais para o sucesso na vida profissional. Existem, contudo, habilidades valiosas que não costumam ser abordadas na sala de aula: as competências socioemocionaiscompetências humanas que ajudam a encarar os desafios inerentes não apenas à carreira, mas à vida como um todo.

A noção de competência está relacionada ao conjunto de habilidades que um indivíduo detém e que possibilitam que ele desempenhe um trabalho ou atividade específica.

A competência tem a ver com a capacidade de pensar diante de situações complexas, empregando alternativas inteligentes e melhores recursos para resolver um problema de modo eficiente (Organization for Economic Co-operation and Development, 2015).

As competências socioemocionais têm sido amplamente pesquisadas devido a sua influência em diversos indicadores nos contextos pessoal, social e profissional. Há uma variada gama de características que integram as competências socioemocionais e que podem ser adquiridas e aprimoradas ao longo da vida, como otimismo, empatia, resiliência, criatividade, motivação, foco, escuta ativa, dentre outras.

Ao longo das últimas décadas, os estudos sobre a estrutura cerebral avançaram rapidamente, ajudando a compreender melhor certas operações, como a memória e a própria consciência. Para um aprendizado efetivo e replicável, porém, uma aula sobre respeito ou empatia não basta.

O desenvolvimento de competências socioemocionais demanda prática diária e interação com os outros.

Nesse contexto, os gestores servem como modelos para os funcionários, que testemunham, vivenciam e reproduzem essas atitudes. De acordo com Oliver John, pesquisador da Universidade da Califórnia, em Berkeley as competências socioemocionais se dividem em cinco eixos:

  1. abertura ao novo (que se desdobra em curiosidade para aprender, imaginação criativa e interesse artístico);
  2. extroversão ou engajamento com os outros (iniciativa social, assertividade e entusiasmo);
  3. amabilidade (empatia, respeito e confiança);
  4. consciência ou autogestão (determinação, organização, foco, persistência e responsabilidade); e
  5. estabilidade ou resiliência emocional (tolerância ao estresse, autoconfiança e tolerância à frustração).

“Essas são competências realmente importantes para fazer mudanças em uma sociedade e em sua assertividade”, explica o pesquisador de Berkeley (Organization for Economic Co-operation and Development, 2015).

Figura 1.2 Os cinco eixos das competências socioemocionais.
Figura 1.2 Os cinco eixos das competências socioemocionais.

Esse trabalho de prática ativa das competências socioemocionais, no entanto, não se restringe aos líderes. Se for através do exemplo que essas competências são aperfeiçoadas, elas devem estar presentes em todos os setores organizacionais para se fortalecerem e alcançarem maior influência.

“Não tenho nenhum talento especial, apenas uma ardente curiosidade”, escreveu certa vez o físico Albert Einstein, autor da Teoria da Relatividade.

Ao ajudar uma pessoa a ganhar autonomia emocional e social, é possível reduzir a distância que a separa das oportunidades.

Nesse processo, trabalho duro e perseverança se mostram ainda mais importantes do que a facilidade em aprender coisas novas.

A busca por explicações sobre a nossa existência e sobre a inteligência humana não é recente e vem se intensificando nas últimas décadas, revolucionando os cenários educacional, organizacional e de planejamento de carreiras.

A FELLIPELLI atua nas diversas áreas relacionadas ao desenvolvimento humano, e por isso oferece assessments e cursos exclusivos nas áreas de neurociência, neuroplasticidadeinteligência emocional e muitas outras.

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Para saber mais:

  • O Erro de Descartes. Emoção, razão e o cérebro humano. António R. Damásio. Companhia das Letras, 2012.
  • O cérebro que não sabia de nada: O que a neurociência explica sobre o misterioso, inquieto e totalmente falível cérebro humano. Dean Burnett. Editora Planeta, 2018.
  • Por que Não Somos Racionais: Como o Cérebro Faz Escolhas e Toma Decisões. Ramon M. Cosenza. Editora Artmed, 2015.
  • A vida secreta da mente. Mariano Sigman. Editora Objetiva, 2017.
  • O Cérebro. A descoberta de quem somos. David Eagleman. Editora Lua de Papel, 2017.

Referências bibliográficas

  • ENTREPRENEUR, 2016. Disponível em: https://www.entrepreneur.com/article/281751 Acesso em: 01/08/2019.
  • COOPER, Robert, 2019. Disponível em: https://www.robertcooperphd.com/ Acesso em: 01/08/2019.
  • GOBAR, Ash, 1968. Philosophic foundations of genetic psychology and gestalt psychology: A comparative study of the empirical basis, theoretical structure and epistemological groundwork of European biological psychology. Martinus Nijhoff; First Edition.
  • DAMÁSIO, A. E o cérebro criou o homem. Companhia das Letras, 2011.
  • WALLON, H. Ecrits et souvenirs (textes de Wallon sur des auteurs de son choix). Enfance, n. 1-2, p. 15, 1968.
  • WALLON H. Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Ed. Vozes, 1995.
  • WALLON, Henri. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Editorial Estampa, 1975.
  • Organization for Economic Co-operation and Development, 2015. Acesso em: 01/08/2019.

Tema: Neurociência, Inteligência Emocional.

Subtemas: O aprendizado com os recursos da neurociência pode desenvolver potencialidades ocultas, mobilizando valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e competências socioemocionais em prol do crescimento profissional e corporativo.

Objetivo: Autoconhecimento, Autodesenvolvimento, Desenvolvimento de Competências Socioemocionais, Desenvolvimento de Competências Cognitivas, Coaching, Neurocoaching, Coaching nas Empresas.

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