Tomamos consciência de nossa capacidade de crescimento quando olhamos para trás de forma consciente
O crescimento nas organizações sempre esteve atrelado a um objetivo mais amplo: a longevidade empresarial. Independentemente do porte da empresa, deve haver a discussão, de alguma maneira, sobre como será o seu desenvolvimento.
Para mensurar o quanto uma empresa é capaz de crescer, é necessário estabelecer parâmetros comparativos ao que já foi desempenhado por aquela organização.
As metas são estabelecidas pelos executivos das organizações por meio de indicadores que promovem comportamentos ascendentes extremamente desafiadores, com grau de inclinação muito positivo, ou estáveis. Isso dependerá do setor e de cada momento em que a empresa esteja”.
O contexto de sobrevivência e longevidade das organizações sempre esteve correlacionado ao objetivo de crescer. E esse crescimento deve ser algo planejado, como um caminho a seguir de maneira estruturada. As empresas devem ter a percepção de como crescerão e quais recursos serão necessários.
Para indicar como efetivamente o crescimento sustentável será alcançado, listamos alguns passos a serem seguidos por executivos e gestores. Acompanhe!
1. Planejamento
A dificuldade em identificar os recursos necessários para suportar o crescimento das organizações tem se tornado cada vez mais presente nas discussões de gestores e executivos.
O professor Fabian Salum alerta que o crescimento das organizações de maneira sustentável é uma abordagem recente. “Começamos a ver, na literatura, a partir do final da década de 1990 e início dos anos 2000, uma concentração de artigos que começam a fazer estudos sobre o comportamento, a sobrevivência e a superação das dificuldades das organizações”, observa.
Há vários livros publicados nesse período demonstrando que a taxa de superação de obstáculos e de crescimento é pequena, que, em diferentes tamanhos de amostra, gira em torno de 10% a 12%. Isso quer dizer que, independentemente do tamanho da amostra de pesquisa, não é fácil identificar modelos e exemplos de empresas que superaram essas dificuldades”, acrescenta.
Para identificar os recursos necessários para trilhar o caminho do crescimento sustentável é imprescindível haver um planejamento, que deve ser dividido em objetivos em curto prazo — o ano vigente ou o seguinte —, assim como em médio e longo prazo, o que Fabian Salum chama de cesta de potenciais projetos e iniciativas.
Não há como traçar o crescimento se não houver visão e perspectiva agressiva sobre o futuro. E o aporte de previsibilidade vem de dados estatísticos que vêm ajudando as empresas a formatarem o melhor cenário.”
“Já há um grande volume de organizações que começam a fazer planejamentos estratégicos calçados em números que correspondem a resultados de Analytics e regressões múltiplas, que permitem ao estrategista ter noção, com maior previsibilidade, do que pode acontecer no futuro em médio e longo prazo”, ressalta.
Usando os recursos citados, as empresas podem ir além do crescimento incremental, em que não há grau de inclinação ascendente. Para se alcançar um crescimento sustentável audacioso, a perspectiva de uma organização deve ser superar em até duas vezes e meia o que crescem seu setor e seus concorrentes.
Há de se estruturar todas as variáveis e entrar para o planejamento estratégico munido de informações de Business Intelligence sobre concorrentes, mercado, tendências, aspectos políticos, sociais, econômicos e ambientais. E realizar o melhor levantamento e preparação de dados possíveis, porque essas informações serão, sem sombra de dúvida, um instrumento de alto valor agregado para a qualidade do planejamento”, afirma.
2. Preparação para médio e longo prazo
Para alcançar o crescimento desejado, as organizações devem analisar quais são os processos e os grandes desafios internos que merecem a maior atenção possível. A partir de então, serão determinados os projetos a serem trabalhados de dentro para fora, ou seja, que organizem a estrutura para superar os obstáculos diagnosticados. Para tal, é importante que a empresa identifique necessidades tecnológicas e de capacitação de pessoal.
Realizada uma análise de contexto interno, os executivos e gestores serão capazes de apontar onde a empresa deve chegar em médio e longo prazos — três e cinco anos.
Quando nos predispomos a realizar um projeto com perspectiva de crescimento sustentável, essas escolhas e esses movimentos estratégicos devem ser colocados sobre a mesa. Em um primeiro ano, o foco deve ser a performance, o incremento e a melhoria do que já foi acumulado. Posteriormente, em médio e longo prazo, a organização foca em movimentos e escolhas de alto grau de incertezas, para que sejam aprimorados e lapidados ano após ano”.
3. Estabelecimento de indicadores
A visualização do caminho a ser seguido por uma organização torna-se mais nítida quando gestores trabalham com indicadores que garantirão o atingimento de metas mês a mês. Assim, haverá a garantia de que o fluxo de caixa está sendo alimentado, a empresa mantém ou amplia o seu market share, seus produtos continuam sendo bem avaliados, as pessoas estão sendo treinadas e capacitadas, novas tecnologias estão sendo implantadas e as melhorias nos processos estão ocorrendo.
Se você garante que tudo isso na ótica da execução mês a mês, semana a semana, está sendo monitorado e reconhecido, assim como os melhores resultados são recompensados, é criado dentro do ambiente empresarial um senso de disciplina, de rigor e de organização para o crescimento que é inabalável”.
4. Criação de uma agenda para debates
Entre os passos para o crescimento sustentável, um dos mais importantes está relacionado à criação de uma agenda, com o investimento em concentração e dedicação das pessoas em prol do debate sobre projetos de curto, médio e longo prazo.
Essa agenda deve ser extremamente respeitada. É uma questão fundamental para o sucesso da organização no planejamento que visa ao crescimento sustentável. É ter o investimento do tempo, investimento das pessoas, investimento dos principais atores e, fundamentalmente, todos estarem envolvidos”.
O professor da FDC destaca que todo o planejamento empresarial pode ser “jogado por terra” se ficar restrito a uma discussão ou a uma reunião inicial. Assim, é necessário haver uma agenda para discutir o pacote dos projetos de médio e longo prazos, entender as dificuldades, analisar os movimentos feitos e as novas variáveis que surgem, já que são decisões de alto grau de incerteza.
Se isso não ocorre, não é possível dizer que o planejamento tem foco em crescimento sustentável, porque a própria palavra diz que é preciso mantê-lo sustentável. Como isso pode ser feito? O crescimento precisa ter autonomia, delegação, monitoramento, ajustes, adequações e, principalmente, validações, que são as principais respostas”, complementa o professor.
5. Investimento em informações e monitoramento
Depois de investir em uma agenda para debates, o segundo grande investimento a ser realizado, conforme aponta Fabian Salum, é em dados, informações e pesquisas. Para realizar essa coleta, é necessário buscar os melhores profissionais do mercado. Assim, será formado um material extremamente qualificado para a tomada de decisões.
Tão importante quanto recrutar profissionais qualificados para a coleta de dados é realizar o seu monitoramento, por meio de sistemas inteligentes que permitam, por exemplo, fazer correlações.
Investir em Analytics é hoje um grande diferencial para aumentar a previsibilidade de ações a serem tomadas, assim como a qualidade do planejamento, que foca no crescimento sustentável”.
6. Capacitação de pessoas
Contudo, ainda que sejam feitos investimentos em informações e monitoramento, é imprescindível que as organizações invistam no desenvolvimento e capacitação das pessoas. Dessa forma, a empresa estará mais próxima de alcançar as melhores decisões estratégicas, como não seguir adiante com determinado projeto por uma eventual mudança de contexto.
É necessário desenvolver um investimento calcado no conhecimento. As pessoas só tomarão as melhores decisões se tiverem as melhores competências e habilidades desenvolvidas, seja em programas de capacitação externa ou interna.”
“Ter profissionais eventualmente nesse processo de crescimento sustentável é indiretamente um processo de transformação da empresa”.
7. Integração coordenada por líderes
Uma vez que a organização conta com um planejamento bem fundamentado e realiza monitoramento para eventuais ajustes, é necessário que haja colaboração constante entre equipes. Essa integração é fundamental para que todas as habilidades dos colaboradores sejam aproveitadas e ofereçam respaldo ao avanço empresarial.
Todavia, na rotina de trabalho, é comum que as equipes foquem no contexto de suas próprias atividades, deixando de lado a comunicação e a colaboração com outros setores.
Assim, a missão de integrar os colaboradores é destinada aos líderes da organização.
As pessoas precisam ser coordenadas por um discurso de resgate dos objetivos. Não há dúvidas, é o principal executivo, o líder, o dono da empresa quem deve resgatar os papéis, os objetivos de todos, os desafios que queremos ter em conjunto”.
Atingir o crescimento sustentável, portanto, passa por um planejamento bem estruturado, respaldado por uma empresa preparada para atingir as metas em curto, médio e longo prazos. Esse objetivo somente será alcançado com a devida preparação de executivos, gestores e colaboradores.
Tema: Capitalismo Consciente e Cultura Organizacional.
Subtema: O objetivo de se alcançar o crescimento sustentável em uma organização conta com a preparação de executivos, gestores e colaboradores e um planejamento bem estruturado.
Objetivo: Desenvolvimento Organizacional, Team Building, Liderança, Coaching nas Empresas, Capitalismo Consciente.