Segundo o pensador Alfred Adler, empatia é “ver com os olhos do outro, ouvir com ouvidos do outro e sentir com o coração do outro”. Não muito distante desse conceito, porém mais factual, o livro “Emotional Intelligence and Your Success” define empatia como a habilidade de entender, apreciar os sentimentos e pensamentos do outro – em síntese, a capacidade de se colocar no lugar de alguém.
Um líder de alto escalão de uma grande empresa tem poder decisório que impacta diretamente a vida de muitos; colaboradores, empresas fornecedoras, economia nacional e internacional e certamente o contexto social no qual a empresa está inserida. O RH deve estar atento a esse detalhe e com certa periodicidade aplicar ferramentas de Assessment de inteligência emocional para trabalhar o desenvolvimento constante desse indivíduo.
Visto que a dinâmica organizacional funciona graças às pessoas, negligenciar as necessidades dos outros pode ter graves consequências, como funcionários infelizes, regulamentos autoritários, pontos de vista pouco ponderados, visão distorcida sobre eficiência organizacional, infelicidade no trabalho e, consequentemente, alto turnover.
Se a saúde organizacional está em risco em uma empresa privada, no poder público podemos dizer que o bem geral pode ser negligenciado por políticos com baixa capacidade de empatia e sem clareza sobre a própria inteligência emocional, ocasionando decisões impopulares, autocracia, até ditaduras e guerras.
Veja combinações perigosa, para líderes, entre empatia e outras escalas da inteligência emocional, segundo o EQ-I ® 2.0:
Independência alta + empatia baixa: Sem dependência emocional com terceiros e com pouca capacidade de se colocar no lugar do outro, fará o que for necessário para atingir o que acha justo, mesmo que isso custe aos outros.
Consciência emocional baixa + Responsabilidade social baixa + empatia baixa: com baixa necessidade de contribuição social, despreocupado com a comunidade e sem a capacidade de se colocar no lugar do outro, em cargos de liderança, pode passar por cima de muitos ou negligenciar necessidades básicas da sociedade, motivado por coisas que muitas vezes fazem sentido somente para ele.
Otimismo baixo + empatia baixa: tende a enxergar os piores cenários possíveis e, sem a capacidade de se colocar no lugar do outro, muitas vezes passa por cima das pessoas com o intuito de se defender.
Parece terrível, mas o lado bom é que é possível desenvolver a empatia. Abaixo algumas dicas para o desenvolvimento da capacidade empática:
- Concentre-se nas pessoas e aprenda a ouvi-las;
- Trate os outros como você gostaria de ser tratado;
- Imagine o que você faria no lugar do outro, no contexto do outro;
- Tente entender as motivações dos outros antes de questioná-los;
- Use mais palavras que motivam e estimulam do que aquelas que agridem e rebaixam.
Confira mais algumas dicas de como desenvolver a habilidade empática com Chris Melchiades:
Um líder empático não pensa somente em objetivo e metas, mas também no impacto de suas ações nos indivíduos. Em um mundo cada vez mais voltado a tarefas – um olhar para o fator humano pode ser fundamental para a garantia do sucesso, não só profissional, mas moral e ético.