Por Heidi Grant, Kamila Sip e Khalil Smith
Todos conhecem a dor de ser deixado de lado, mas poucas pessoas discutem o pavor de ser incluído desnecessariamente. Isso é o que chamamos na Neurociência de inclusão excessiva, e as desvantagens são imensas.
Nos últimos anos, em uma busca justa em dar voz a opiniões diversas, os líderes passaram a corrigir em excesso. A fim de se atingir um denominador comum bom para todos, eles devem prestar atenção não apenas nos momentos de exclusão, mas na inclusão excessiva – copiando mais pessoas que o necessário em e-mails, lotar salas de reunião, e criar uma equipe de projetos repleta de talentos. De acordo com nossa pesquisa, a forma de criar esta eficiência é através de um processo cuidadoso de expectativas.
Entrando na zona de perigo
Acreditamos que a inclusão é um pêndulo. Ela pode ir da falta de inclusão, em que as pessoas não conseguem entrar nas equipes certas, nas reuniões e nos projetos adequados a elas, para a inclusão ideal, em que as pessoas sabem a informação certa no momento certo, até a inclusão excessiva, em que as pessoas entram nas reuniões pensando “O que eu estou fazendo aqui”?
Discutimos recentemente este fenômeno em um artigo da Quartz intitulado “É possível (e perigoso) ser excessivamente inclusivo”.
Muitos sabem, por experiência própria, que a inclusão excessiva é possível. Mas talvez a ciência por trás dos perigos seja pouco conhecida. Pesquisas mostram que os humanos desejam ser empáticos com os outros naturalmente, o que justifica o fato de fazermos o nosso melhor para sermos justos e inclusivos diante de todos. O ponto negativo é que podemos aumentar a carga cognitiva inconscientemente, criando uma decisão baseada no cansaço, levando as pessoas a desenvolverem uma atitude pouco sadia, sempre voltada ao trabalho.
Colocado todos no mesmo lugar
Excluir elegantemente pode ser uma solução para a inclusão excessiva. É sobre deixar as pessoas de fora de reuniões e e-mails por saber que elas podem usar seu tempo e energia em tarefas mais coerentes e alinhadas com a sua função. Baseado na Neurociência, afirmamos que a forma ideal para se fazer isso é através da combinação de expectativas.
Quando nos deparamos com algo que viola nossas expectativas, nosso cérebro passa a trabalhar mais. Com uma quantidade limitada de recursos cognitivos à disposição, quanto mais nossas expectativas são violadas, menos foco teremos diante de outros assuntos.
Conforme já falamos anteriormente, os líderes que querem excluir cuidadosamente podem seguir a sabedoria da ciência mostrando antecipadamente as expectativas. Eles podem explicar quem precisa estar envolvido e por qual razão. Se todos estão sintonizados nessas prioridades, aqueles que ficaram de lado poderão compreender o motivo pelo qual ficaram de fora.
A certeza e a justiça podem ser recompensadoras, e os “excluídos” podem até agradecer, por saberem que agora podem usar sua cognição para fins mais produtivos.
Fonte: https://neuroleadership.com/your-brain-at-work/growth-mindset-survey
Traduzido e revisado por Fellipelli Consultoria Organizacional.