Que tal visitar a criança que existe dentro de você?
Inovar, jogar e brincar. Crianças são loucas por novidades, não é mesmo? O brilho no olhar, um anseio constante por novas descobertas e, a cada surpresa, o encontro com um mundo fantástico.
Conforme crescemos e amadurecemos, nos tornamos mais metódicos, menos empolgados com o novo e tendemos a buscar o que é real e tangível. Buscamos por estabilidade e conforto.
Acontece que o cérebro humano não foi projetado para o fracasso e as experiências anteriores passam a ser acumuladas para garantir nossa segurança. São nossos preconceitos formados – nossos vieses inconscientes.
Vieses são direcionadores inconscientes profundamente enraizados que exercem forte influência sobre todos as decisões e julgamentos que fazemos. Enquanto nos permitem decidir eficientemente, eles nos cegam para novas informações e nos inibem de considerar opções valiosas quando estamos tomando decisões importantes.
Lidar com o que já é conhecido e estabelecido é mais confortável e exige menos energia do que questionar e descobrir algo novo. É nesse momento que deixamos morrer nossa sede por curiosidade. Mas como lidar com essa necessidade de segurança em um cenário cada vez mais volátil e incerto?
Em primeiro lugar, é importante tomar consciência de que a inovação é uma condição de sobrevivência no cenário atual. Não inovar significa se arriscar a ser extinto. Empresas estão cada dia mais oferecendo serviços que sobrepõem outros já existentes ou mesmo serviços nunca ofertados.
Quem imaginou, há 8 anos, poder assistir a série preferida a hora que quiser? A Netflix identificou essa possibilidade e hoje é a maior produtora de séries do mundo.
A inovação no Brasil
O Brasil ocupa baixas posições quando o assunto é inovação. De acordo com uma lista divulgada pela Forbes, das 2 mil maiores empresas do mundo, apenas 1% é brasileira.
A inovação passa a ser um tabu implícito tão forte nas grandes corporações que, mesmo cientes da sua necessidade eminente, muitos líderes inconscientemente não permitem ideias inovadoras, ou criam processos altamente estruturados para tentar controlar o fluxo de inovação. Você lembra de ter criado algum processo para novas descobertas quando era criança? Pois é.
Segundo pesquisa conduzida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), seis em cada dez líderes empresariais que comandam negócios inovadores consideram que o grau de inovação no Brasil deixa a desejar.
Para driblar a resistência à inovação, que também tem se tornado cada vez mais consciente, muitas dessas mesmas empresas estão investindo em departamentos de inovação ou mesmo criando novas empresas, com diretorias mais jovens e com uma mentalidade adaptativa e de futuro.
Como recuperar o brilho no olhar?
A principal dica está em superar o medo e driblar a necessidade por certeza. Só conseguimos inovar quando nos arriscamos e nos aventuramos em ambientes desconhecidos.
A prática do otimismo é fundamental na superação dos nossos medos. Quando apostar em algo novo, pense que tudo vai dar certo. Mesmo que der errado, o processo por si já é um aprendizado valioso para um sucesso futuro.
O Google tem como prática lançar e gerar produtos inovadores, mesmo com alto grau de incerteza – o que já rendeu muitos fracassos, mas muitos acertos também.
Outra dica é identificar e mitigar os vieses implícitos dentro de você. Quando aquela voz na sua cabeça disser “você não deve fazer isso”, questione. Aprenda a perguntar o sentido das suas atitudes e a identificar possíveis comportamentos mecânicos. Sabe aquela tarefa que é feita porque todo mundo faz ou “porque sim”? Questione. Você é muito mais do que seus preconceitos e só você tem a capacidade de ampliar a própria percepção.
Em um ambiente organizacional, mitigar vieses pode impactar desde a contratação até o clima organizacional. Certamente a empresa vai vivenciar um ambiente com maior diversidade e mais apto à inovação.
Para ajudar as organizações nesse contexto, a Fellipelli, em parceria com o Neuroleadership Institute, oferece o Programa Decide, que visa identificar e minimizar o impacto dos vieses no ambiente organizacional para que as pessoas possam se abrir à inovação.