O que os jovens podem aprender com a Inteligência Emocional?4 min de leitura

O domínio de habilidades como tolerância ao estresse, empatia e flexibilidade já pode ocorrer nos últimos anos do Ensino Médio.

Volta e meia falamos sobre o VUCA aqui neste espaço. É a sigla em inglês para descrever as características do mundo em que vivemos hoje: volátil, incerto, complexo e ambíguo.

O tema também é recorrente em nossos cursos e qualificações. Neles, procuramos mostrar que, para navegar nesse ambiente de tantas novidades e inquietações, é necessário ter algo além de conhecimentos técnicos e gerenciais.

É preciso ter Inteligência Emocional!

Sim, reconhecemos que a necessidade de desenvolver certas habilidades emocionais já é bastante aceita entre os profissionais que estão no mercado há algum tempo. Afinal, eles sabem que devem agir com empatia no ambiente de trabalho, ter flexibilidade na hora de buscar acordos e demonstrar uma grande tolerância ao estresse, que envolve lidar com situações estressantes ou difíceis e acreditar, possíveis de gerenciar e influenciar de maneira positiva.

Mas o que dizer dos mais jovens?

Será que aqueles que estão prestes a ingressar no mercado de trabalho ou a iniciar uma vida universitária estão preparados para os desafios que o momento exige?

“Os estudantes, principalmente aqueles que estão próximos de concluir o Ensino Médio, têm que lidar com um volume imenso de informações e uma rotina estressante de aulas que pode se estender pelo ano inteiro”, observa Chris Melchiades, COO do Grupo Fellipelli.

“Ao mesmo tempo, devem ser capazes de fazer a gestão do tempo de estudos da melhor maneira possível, se motivar para os exames e ainda lidar com uma insegurança natural em relação às provas. São preocupações que, se não forem bem administradas, podem afetar o desempenho deles num momento tão importante”, completa.

O mesmo vale para quem acabou de entrar para a universidade. É comum que sintam certa insegurança quanto à escolha do curso ou instituição e que tenham pouco ou nenhum conhecimento sobre suas potencialidades e fraquezas. A distância de casa e da família, em alguns casos, e a autonomia que passam a ter para tomar decisões podem gerar ansiedade nos primeiros meses de faculdade.

Hoje já se sabe que o domínio da inteligência emocional no ambiente universitário – como o tempo dedicado ao estudo e o envolvimento em atividades sociais, por exemplo – pode ser mais decisivo para um bom desempenho acadêmico do que apenas boas notas em exames.

E aqui vai um alerta também para as instituições de ensino. Isso porque a ausência de certas habilidades emocionais pode ser um fator determinante para o abandono do sonho do diploma de Ensino Superior – o que significa menos alunos em sala de aula.

Aulas sobre Inteligência Emocional

Especialistas começaram a se dedicar ao assunto quando constataram que muitos jovens estavam chegando ao mercado de trabalho com pouco ou nenhum contato com aspectos ligados ao desenvolvimento da Inteligência Emocional. Isso ficou ainda mais evidente após pesquisas junto aos empregadores.

Numa delas, conduzida por Hillmer e Kocabasoglu (2008), gestores foram convidados a expor suas expectativas e desejos a respeito da formação de cursos de MBA nos EUA. Supreendentemente, temas relacionados a conceitos de negócios não foram listados como os mais importantes. O que chamou a atenção deles foi a carência de disciplinas voltadas para o desenvolvimento de habilidades interpessoais.

Em outro estudo, conduzido por Fredricka Joyner e Derek Mann (2011), constatou-se que a simples inserção de matérias ligadas a Inteligência Emocional ao longo de todo um curso de MBA foi suficiente para elevar a pontuação dos alunos após o término do programa.

Com a aplicação do EQ-i 2.0®, instrumento que mede a inteligência emocional (IE), antes e depois do programa, eles constataram uma evolução em características como:

Homens

Assertividade, Adaptabilidade, Flexibilidade e Solução de Problemas

Mulheres

Assertividade, Tolerância ao Estresse e Flexibilidade

 

De acordo com Joyner e Mann, o mundo hoje coloca três grandes desafios de liderança aos jovens:

· Habilidade para gerenciar mudanças rápidas e complexas;

· Capacidade de tomar decisões num ambiente de incertezas;

· Necessidade de destacar-se num mercado altamente competitivo.

 

Eles também destacaram as três principais habilidades para o jovem prosperar nesse novo cenário:

· Pensar diferente

· Liderar diferente

· Ter habilidade para criar ambientes de trabalho que sejam atraentes para os outros

 

“Está comprovado que não basta ter o amplo domínio técnico na sua área de atuação. Profissionais estão sendo desafiados a ‘pensar fora da caixa’ com uma frequência cada vez maior. E quanto mais cedo isso for trabalhado neles, melhores serão suas chances de se adaptarem a esse novo cenário”, afirma Chris Melchiades.

Confira esse vídeo sobre inteligência emocional para jovens:

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