No olho do furacão de nosso tempo vivenciamos um cenário de imprevisibilidade onde instituições e empresas têm sua imagem abalada e são expostas em tempo real ao crivo da população mundial nesta integração global ocasionada pelas tecnologias de comunicação em massa acessível ao público em geral, ao meio institucional, aos seus colaboradores internos e aos clientes destas organizações. Hoje, as flutuações econômicas, a concorrência global, erros estratégicos ou de investimentos levam organizações à beira da falência do dia para a noite.
Fatos ou sensacionalismo levam corporações a uma vulnerabilidade nunca antes vista, deixando-as frágeis e susceptíveis a crises, onde, se não forem tomadas decisões e medidas rápidas, precisas e certeiras, poderão ser dizimadas por forças externas e internas.
Nem sempre a liderança destas empresas consegue agir frente a uma crise de grandes proporções e a catástrofe da falência se torna inevitável. A crise, de maneira simplificada, pode ser descrita como um momento de fragilidade e incerteza frente à ocorrência de danos, os mais diversos, para operações, negócios ou imagem da organização. Ela não escolhe onde, data, hora ou lugar para acontecer e deixam sequelas terríveis.
Como agir nestes momentos? O que fazer? São perguntas que deixam de ser respondidas pelo silêncio, torpor e medos incontroláveis que assolam o ser humano no auge das tensões, podendo levar a consequências fatais à sociedade, organizações e até mesmo a um país.
Em momentos como este em que as lideranças muitas vezes se sentem impotentes e com as suas capacidades decisórias, criativas e de ação abaladas, o processo de coaching pode contribuir muito com o restabelecimento do equilíbrio e retomada de uma posição efetiva e ostensiva por líderes e suas organizações.
No profissional denominado coach, o líder vai encontrar o apoio necessário à uma situação como esta, onde se estabelece um relacionamento de confiança baseada em princípios, valores e ética.
Nestas situações o líder necessita de um relacionamento onde se ofereça uma parceria sem julgamentos e acusações; discussão profunda sem causar ainda mais pressão; abordagem justa e direta; onde seja encarado com a verdade e questionamentos que permitam a tomada de decisão e garantam a execução do proposto. Permite-se assim, o avanço eficiente e rápido de maneira proativa, gerando os resultados necessários frente aos problemas apresentados. Além de oferecer uma visão do panorama geral em que o líder se encontra, delineia aonde quer chegar e o apoia a chegar lá.
O coach pode contribuir para que o líder saia debaixo dos escombros de uma crise, onde se encontra atônito e sem conexão com seus liderados. Estes se encontram, tanto quanto ele, desmotivados e abalados, aguardando respostas e uma voz de comando que os faça agir e seguir em frente focados na visão de um resultado positivo, uma luz em meio à escuridão.
Um fato histórico recente que pode demonstrar essa atitude são vistas na imagem do prefeito de Nova York em 11 de setembro de 2002, mediante a crise do atentado às torres gêmeas do Word Trade Center. Percorrendo a cidade, se mostrando forte e engajado, compreensivo e atuante. Neste momento Rudy Giuliani mostrou sua liderança e comunicou a todos a sua certeza: ver o povo nova yorkino sair da crise unido e fortalecido. Uma postura esperada por todos aqueles que confiam no trabalho de um líder.
O coaching assegura que o líder deixe o foco do problema, onde as pressões imobilizam e deixam sem rumo ou perspectiva. Leva seu foco para a solução, dentro de seu locus de atuação, agindo de maneira enérgica e profunda na reconstrução da motivação das pessoas dentro da empresa, restabelecendo um processo sinérgico voltado para resultados e metas, contornando a crise.
Como coach de um empresário do ramo de alimentação me deparei com um cenário de crise, onde seu sócio havia lhe dado um tombo financeiro deixando a empresa sem capital de giro, com dívidas acima de seu poder de quitação, além de falta de matéria-prima para produção de novos produtos já vendidos a seus clientes. Onde o clima organizacional, a desmotivação e o medo geral tomou conta de toda empresa. O empresário também se encontrava em desespero, paralisado e sem perspectiva.
Iniciamos o relacionamento de coaching neste momento onde falta ar para respirar, mas após algumas sessões o empresário restabeleceu seu equilíbrio emocional, definiu metas, traçou um plano de ação, renegociou dívidas e fornecimento de matéria-prima e engajou seus colaboradores num processo de recuperação. Cinco meses depois ele empreende o negócio em alta performance e desenvolve novos projetos, prospecta novos clientes e mercados. Uma retomada que em grande parte ele próprio afirma ser consequência da parceria estabelecida no processo o coaching que foi de fundamental importância para saída da crise e retomada de seu crescimento e de sua empresa.
É isso que o coaching pode fazer por um líder seja ele um executivo, empresário ou empreendedor mediante um momento de crise, com o restabelecimento da autoconfiança, da clareza e da visão de futuro, desenhando um projeto consistente de crescimento e contando com o apoio incondicional para a execução do mesmo.
Como disse Ralpf Waldo Emerson: “Nosso principal objetivo é encontrar alguém que nos motive a fazer tudo que somos capazes”. O coaching permite uma nova perspectiva, quando parece não haver mais saída, permitindo que o ser humano transcenda comportamentos limitantes e reencontre seus recursos interiores, se utilizando da melhor forma que pode de seus recursos externos, facilitando resultados significativos, mediante uma postura de alta performance.
O relacionamento de coaching é uma situação poderosa de alavancagem e de aprendizagem mútua, sendo fundamental para a alta performance, seja em momentos de crise ou nos desafios do dia-a-dia.
Flávio Souza – Formador de Coaches da International Coaching Community – ICC e Lambent do Brasil – CEO da Você Vencedor Soluções Empresariais