Autorrealização e Inteligência emocional21 min de leitura

Enquanto os outros indivíduos geralmente não têm a menor ideia do que eles são, do que querem e de quais são suas opiniões, os indivíduos autorrealizados têm maior consciência dos seus próprios impulsos, desejos, opiniões e das reações subjetivas, em geral”. – Abraham Maslow

A Autorrealização é a habilidade de reconhecer suas capacidades em potencial. Este componente da Inteligência Emocional manifesta-se quando uma pessoa se envolve em buscas que levam a uma vida repleta e rica em significado.

Lutar para concretizar o seu potencial envolve desenvolver atividades prazerosas e significativas, que podem ser vistas como um esforço vitalício e um compromisso repleto de entusiasmo aos objetivos de longo prazo.

A Autorrealização é um processo contínuo e dinâmico de lutar pelo desenvolvimento máximo de suas habilidades e talentos, de tentar de modo persistente a fazer o seu melhor e de melhorar a si mesmo, em geral.

O entusiasmo sobre seus interesses energiza e motiva uma pessoa continuar com foco. A autorrealização está ligada a sentimentos de satisfação pessoal. As pessoas autorrealizadas estão satisfeitas com o seu lugar na estrada da vida, respeitando seus destinos pessoais, ocupacionais e financeiros.

Bob e Dan eram velhos amigos que cresceram juntos na mesma vizinhança. Eles foram para o ensino médio e universidade juntos e, após a graduação, ambos foram contratados para posições de venda, mas por duas empresas diferentes. Bob vendia bombas hidráulicas, enquanto Dan vendia maquinário agrícola. Após 8 anos, ambos estavam nas mesmas companhias. Porém, aí que as semelhanças acabam.

Dan trabalhava aproximadamente de 60 a 70 horas por semana. Geralmente, conseguia dar conta de sua cota a cada ano, embora, às vezes, sentia que ficava um pouco para trás. Ele passava seus dias úteis – que costumavam começar às 7h e iam até as 20h ou 21h – entrando em contato com prospects e clientes, revisando relatórios de vendas, elaborando budgets e aprendendo mais sobre novos produtos. Raramente deixava o escritório, exceto para visitar clientes, e frequentemente almoçava em sua própria mesa, dizendo que estava ocupado demais para ir a restaurantes. Dan passava seus finais de semana descansando de sua agenda extenuante. Ele vivia e respirava trabalho e, com isso, sua esposa o chamava de workaholic.

O estilo de vida de Bob era bem diferente. Sua semana de trabalho era, em comparação, mais curta – em média, não mais que 40 horas. Seus assuntos refletiam seus interesses variados: o seu último jogo de golfe ou suas férias em uma estação de esqui, o que ele havia feito com sua família no último final de semana, seus investimentos de aposentadoria, seu programa de fitness, as várias causas que ele ajudava, sua aula de fotografia, sua coleção de jazz e as posições de vários times.

A sua carreira sofreu algum impacto por conta dessas atividades? De jeito nenhum. E o interessante é que ele sempre excedia sua cota, por uma margem confortável.

Isso quer dizer que vender máquinas agrícolas é mais difícil que vender bombas hidráulicas? Deveria o Dan considerar (como ele, na verdade, considerou) em mudar de empresa? “Não” para a primeira pergunta e outro “não” para a segunda. Sua visão restrita, seu estilo de vida voltado à ação e seu desempenho mediano no trabalho não necessariamente melhorariam caso trocasse de empresa. O mais provável seria que ele levasse consigo seus problemas.

Mais uma vez, a aplicação do EQ-i® 2.0 mostrou que os vendedores mais bem-sucedidos marcam pontuações altas na Autorrealização. Isto faz sentido. Se você é interessado e verdadeiramente envolvido em uma variedade de atividades, obviamente você será capaz de se conectar com uma variedade de clientes. Você irá operar de modo mais eficiente e estará apto a alcançar mais coisas no segmento que escolheu.

Defina metas orientadas à ação

Nós admitimos que a Autorrealização parece um pouco com um jargão psicológico, mas o conceito é bastante coerente com o bem-estar individual. Abraham Maslow foi o primeiro a cunhar o termo nos anos 40, como parte da sua teoria de “hierarquia das necessidades”.

De acordo com Maslow, há 5 necessidades básicas que devem ser supridas para sobrevivermos e então termos vidas felizes e realizadas.

Primeiro, devemos cuidar das nossas necessidades fisiológicas básicas: ar para respirar, água para beber, alimento para comer e uma temperatura tolerável para se viver. Depois, devemos alcançar a segurança, para que não tenhamos dor ou fiquemos em perigo. Depois vem o amor – a necessidade de pertencer, de ser querido pelos amigos, parentes e pela família. Em quarto, vem a estima – a necessidade de se alcançar o respeito próprio, de se orgulhar das conquistas e saber que elas são reconhecidas pelos outros. E então, vem a autorrealização, que Maslow define da seguinte forma: “Uma pessoa deve fazer o que pode fazer”.

Baseado nisso, foi desenvolvido “O Mapa da Vida” (mostrado na figura abaixo), para ajudar você a mapear seu próprio curso de Autorrealização.

Figura 1 O Mapa da Vida.
Figura 1 O Mapa da Vida.

Envolve o sentimento de estar satisfeito com sua posição na estrada da vida – satisfeito com todas as suas conquistas no trabalho, nos momentos de lazer e nos relacionamentos.

A ideia é buscar por um equilíbrio saudável entre as várias atividades que compõem a vida. Por exemplo: quanto tempo você gasta no “Condado do Relacionamento”? O quão rápido você passa pela “Vila da Felicidade Familiar” até chegar à “Cidade das Viagens”, o “Cruzamento das Atividades Físicas” ou a “Cidade da Aposentadoria”? Com que frequência você põe os pés para cima no “Vilarejo do Descanso”?

O seu próprio mapa poderia refletir outros interesses: o Cottage Cove ou Tennis-at-Tina’s Center. E a qualidade do tempo gasto em cada um destes lugares? Cada um deve ser importante e ter um significado em si mesmo.

Pare por um momento para ver o que você conquista à medida que percorrer os caminhos da sua vida.

Que objetivos gostaria de alcançar em cada área, de acordo com o tempo e esforço que dedica a eles? Quantas horas por semana ou por mês você estará disposto a se comprometer com estes objetivos?

Cada um de nós possui metas, que são tão individuais como nós. Talvez elas sejam simples e diretas: perder 5 quilos, parar de fumar, ter um trabalho que pague melhor ou terminar a graduação. Ou eles podem ser mais vagos: ficar em forma, ter uma fortuna ou encontrar o par perfeito. Muitas pessoas – apesar dos repetidos tombos – continuam a criar resoluções para o fim de ano. Com que frequência nós mantemos essas promessas maravilhosas para nós mesmos? Para a maioria de nós, a resposta, infelizmente é: nem sempre.

Como nós traçamos metas que são, na verdade, significativas e alcançáveis?

Um bom primeiro passo é saber distinguir metas orientadas a resultados das metas orientadas à ação, como descreveu Shane Murphy, um psicólogo esportivo que já trabalhou com vários atletas olímpicos nos Estados Unidos.

Mesmo que as metas orientadas a resultados pareçam ser sensatas e específicas, elas nos levam frequentemente a falhas, pois os resultados antecipados irão ocorrer muito depois.

Os resultados são um destino, e o nosso foco deve ser na jornada.

O que acontece quando não chegamos rápido o bastante ao ponto final? Nós nos sentimos mal e começamos a voltar aos nossos maus hábitos. Você quer perder 5 quilos? Tudo bem, mas isso depende de como você alcançará isso. Você quer ter uma quantia de dinheiro ousada nos próximos 5 anos, ou melhorar sua vida amorosa, comprar uma casa maior ou se mudar para outra parte do país? As metas orientadas a resultados, como estas, podem se tornar um pouco mais do que uma lista de desejos, feita de coisas que atingiríamos se tivéssemos tempo. Enquanto isso, no dia a dia, muito pouco progresso é alcançado.

A fim de alcançar um progresso maior, você precisa de metas voltadas à ação – passos específicos e gerenciáveis que levam a um resultado desejado. Vamos lidar com estes incômodos 5 quilos. A melhor forma de eliminá-los é se alimentar e se exercitar de modo sensato, criando um número de chances de sucesso a cada dia.

As metas de ação devem ser sempre estabelecidas em termos positivos – em recompensas, não em recusas.

Então, em vez de dizer a si mesmo que você deve comer menos, você poderia refazer este mandamento dizendo “comer mais frutas e vegetais”. Geralmente, é mais fácil melhorar o comportamento do que pensar sempre em termos negativos.

Você pode modificar seu plano de ação na frequência que quiser, considerando e rejeitando técnicas específicas, se necessário. Se uma não funcionar, não será uma grande perda. Alguma outra coisa – ou uma variação da mesma técnica – pode ajudá-lo a ser bem-sucedido. A ideia é estabelecer um grande número de pequenas metas que são plausíveis de serem alcançadas. Desta forma, você se acostuma com o sucesso, você poderá se dar os parabéns na medida em que avança. Depois, caso você falhe em atingir uma meta em particular, será menos provável você desistir. Em vez disso, você irá aprender com a falha e seguirá em frente. É pouco provável ser bem-sucedido se mantiver “os olhos no prêmio” ou ater-se ao resultado final a qualquer custo.

Se você passar a maior parte do tempo prevendo o resultado final, você não estará apto a se prender às ações que necessita ter para chegar lá. Além disso, você ficará frustrado, pois não será apto a tentar novas abordagens e buscar novas soluções criativas para a jornada.

Faça o que ama

Os consultores de carreira frequentemente lamentam o fato de que muitas pessoas que estão buscando uma direção na vida iniciam (e com frequência continuam) uma entrevista baseando-se na quantia de dinheiro que possam ganhar em uma determinada área. Elas podem saber ou sentir que são bons em algo totalmente diferente, mas esquivam-se da sua própria tendência natural porque não é lucrativo. Elas podem odiar trabalhar com computadores o dia todo, podem não ficar sentados por uma hora. Mas, nas mentes destas pessoas, é onde o futuro está. “O” futuro se torna – por conta de razões econômicas – o futuro delas mesmas. Com isso, elas podem aprender sobre computadores e se tornar mais ou menos empregáveis. Elas também podem se tornar extremamente infelizes, e não tão bem-sucedidas como alguém que foi verdadeiramente atraído pelas maravilhas da tecnologia.

O sucesso na carreira raramente baseia-se no aprisionamento da mesma – o que uma pessoa acredita que deva fazer para ganhar a vida. Este não é o melhor dos prêmios. Sua carreira pode te dar um contracheque, mas não vai levar você aonde quer (e deve) ir. Nós não supomos que Bill Gates estabeleceu como meta específica ser um dos magnatas do negócio mais rico do mundo.

Ele estabeleceu como meta satisfazer sua paixão por computadores, e perseguiu tal paixão com vigor. Todo o resto surgiu de sua decisão bem fundamentada.

Ou veja Michael Dell, o fundador da Dell, cuja família pediu-lhe para que se tornasse um médico. Dell de fato se inscreveu em um curso de medicina na Universidade do Texas, mas passou a maior parte do tempo vendendo computadores improvisados, enquanto negligenciava, cuidadosamente, suas aulas. Como sabemos, ele seguiu, muito sabiamente, sua verdadeira tendência, o seu chamado na vida. Graças às técnicas inovadoras de marketing da Dell, sua firma tornou-se uma das maiores fabricantes de computadores no mundo (em 2001, ficou em 1° lugar no ranking global de participação de mercado), valendo – na época em que o livro estava sendo escrito – cerca de US$ 61,1 bilhões em receita (exercício de 2009).

Um dos mais recentes queridinhos da tecnologia, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, foi retratado no famoso filme “A Rede Social”. Entre outras coisas, Zuckerberg é conhecido por ser um dos bilionários mais jovens do mundo (com patrimônio estimado em US$ 6,9 bilhões, de acordo com a revista Forbes). Enquanto há discussões sobre a precisão dos eventos do filme, há um consenso na observação de que ele não era movido ao sucesso por causa do dinheiro. Do modo como foi retratado no filme, ele relutou em comercializar a página do Facebook por um longo período de tempo. Quando adolescente, ele desenvolveu um programa de computador chamado Synapse, que escolhia músicas de acordo com o hábito dos usuários. Quando a AOL e a Microsoft fizeram uma oferta pelo site, ele recusou.

Zuckerberg estava mais entusiasmado sobre o potencial de uma rede social. Ele era movido pelas possibilidades de conseguir mais e mais pessoas a se abrirem e se conectarem com os outros online. Em 2005, a MTV quis comprar o Facebook por US$ 75 milhões. Depois de recusá-los, a Yahoo! ofereceu um bilhão de dólares em 2006. Imagine – um bilhão de dólares! Ele está entre uma das poucas pessoas no mundo que recusou uma oferta bilionária como esta.

Em uma entrevista à revista The New Yorker, Zuckerberg foi questionado sobre esta transação. Para o espanto de Terry Semel, CEO da Yahoo! na época, Zuckerberg respondeu: “Não é sobre o preço. Este é o meu filho e eu quero continuar a cuidar dele, vê-lo crescer”. Semel ficou chocado.

O próximo caso, algo mais diferente, é o de Jerry Seinfeld, que muito fez para redefinir o conceito de comédia na TV e terminou com todas as evidências tangíveis de sucesso – contratos multimilionários e uma garagem repleta de Porsches. Por acaso ele tinha isso em mente quando era apenas um jovem esforçado? Talvez – mas tais coisas pareciam estar muito distantes. Seus amigos já escreveram relatos sobre a vida de Seinfeld, descrevendo-o como alguém de personalidade “pé no chão”, enraizado em valores sólidos. Ele adorava fazer comédia e trabalhou duro para isso por muitos anos na cena do stand-up comedy, frequentemente diante de plateias indiferentes ou totalmente hostis. Ele aperfeiçoou suas piadas, estudou outros comediantes cuidadosamente, e mantinha um caderno com anotações detalhadas de suas experiências e observações. Assim como Gates, Dell e Zuckerberg, o sucesso de Seinfeld deve-se a uma combinação de fatores.

Todos eles tinham muito talento e um pouco de sorte, conseguiram estar no lugar certo e na hora certa e – o mais importante – faziam o que gostavam e sabiam, lá no fundo, que eram muito bons naquilo. Por esta razão, todos eles superaram suas metas de longo prazo que poderiam ter estabelecido no início de suas respectivas carreiras.

Ah, e para ser justo com todas as mulheres que nos perguntaram sobre o motivo de termos colocado apenas homens em edições anteriores do livro, gostaríamos de adicionar Oprah Winfrey a esta lista.

Deixe sua luz interior brilhar

A Autorrealização pode ser combinada com a Consciência Emocional, em que nossa habilidade em rastrear nossos sentimentos imediatos, de curto prazo que podem ajudar a sinalizar algo maior em nossa vida. Pense nisso como se fosse uma luz interna que todos nós carregamos dentro de nós mesmos. Algumas pessoas têm consciência desta luz e do que a faz brilhar mais forte, enquanto outras pessoas ignoram sua luz interior, buscando por metas na vida que foram impostas pelos outros, seja um emprego “bom”, dinheiro ou certo estilo de vida. Frequentemente, trabalham duro o bastante para alcançar o objetivo com êxito, mas terminam infelizes, para a surpresa de todos.

Roger sempre quis ser um músico. Adorava escrever, criar arranjos e realizar apresentações em shows locais durante o ensino médio com uma banda que montou. Seus pais sempre o viam como um dentista. Para eles, a odontologia era a única opção de carreira para Roger. Felizmente, Roger era um bom aluno. Ele não tinha interesse real em passar a sua vida trabalhando com as bocas dos outros, mas sentia que tinha de realizar os desejos de seus pais autoritários. Entrou em uma faculdade de odontologia e se forçou a trilhar seu caminho pelos cursos, os quais o chateavam bastante. Nos finais de semana, dedicava-se à música, continuando a tocar em vários bares e clubes com sua banda. Ele tinha dificuldades até em imaginar passar toda a sua vida praticando a odontologia. Quando se formou, em vez de abrir seu próprio escritório, trabalhava meio expediente em vários outros consultórios dentários. Seu foco continuava sendo a música.

Sua luz interior brilhou quando correu atrás do seu interesse pela música; tal luz esmaecia durante a prática da odontologia. No entanto, ele conseguiu manter seus pais felizes e seguir a sua luz. Nem todo mundo pode seguir dois caminhos tão intensamente como Roger e fazer com que os dois deem certo. Ele continua a exercer a odontologia duas vezes por semana. Mas a sua luz interior brilha forte – o resto do seu tempo ele dedica à sua música.

Viva a vida ao máximo

Traçar metas deve ser uma experiência vitalícia. A necessidade não diminui à medida que envelhecemos. Considere Susan, que parecia ter tudo dando certo para ela – um marido amável, três filhos se destacando na faculdade e um trabalho que gostava bastante. O problema era, que nos seus 40 anos de idade, ela se viu “mãe” de novo – dessa vez cuidando dos seus próprios pais.

Exceto pelas compras de fim de semana, os pais da Susan raramente saíam de casa, a mesma onde ela cresceu. Eles ficavam na frente da TV, esperando pelas notícias que sustentavam suas crenças antigas. Eles não tinham tolerância a imigrantes, pessoas de cor, políticas liberais, novas tecnologias, jovens atrevidos, acadêmicos supereducados ou qualquer outra coisa que desviasse da visão de mundo deles.

Os pais dela estavam bem de saúde; não tinham nenhuma deficiência mental ou física. Mas eles faziam aparecer todo o tipo de doença imaginária. Susan acabava por levá-los de especialista em especialista, mesmo eles tendo carro e carteira de motorista.

Vez ou outra, Susan tentou despertar o interesse deles em todos os tipos de atividades – trabalho voluntário, conhecer novas pessoas ou tentar algo novo. Quanto mais ela tentava, mais eles protestavam, dizendo que era dela que eles realmente precisavam. Ao se aproximarem dos seus 70 anos, suas vidas haviam estagnado.

A vizinha idosa da Susan, Beth, por outro lado, apresentava uma história bem diferente. Ela estava com seus 80 anos de idade e havia perdido o seu marido há vários anos. Ela ficou de luto por ele e, depois, apoiada por um vasto círculo de amigos, seguiu sua vida. Era enfermeira e acreditava firmemente em um bom condicionamento físico e na conscientização da saúde. Mesmo perdendo a visão de um dos olhos, não parou. Ela passou a frequentar a Associação Cristã de Moças da sua localidade e praticava natação todas as manhãs. Então, socializava com outras mulheres de mesma idade e condição física. Ela tinha o cuidado de caminhar todos os dias, e uma vez por ano s juntava-se aos seus amigos em uma viagem de camping que durava toda a semana.

A fim de manter a mente tão ativa quanto o corpo, Beth lia muito, pegando livros na biblioteca. Ela participava de vários cursos de terceira idade em uma universidade próxima, inscrevendo-se em tudo o que lhe chamava a atenção. Sempre tentava dar suporte à caridade, não apenas com doações, mas participando de eventos de arrecadação. Ao viajar, ficava em uma das unidades da rede Elderhostel (atualmente chamada de Road Scholar). Com isso, ela fez muitos amigos no país e até mesmo fora dele, com os quais mantinha contato. Após alguma hesitação, comprou um computador de segunda mão e descobriu, para o seu deleite, que a Internet não era tão intimidadora assim como as pessoas diziam. Na verdade, a Internet trouxe o mundo à sua casa – uma perspectiva que ela acolheu com curiosidade, em vez de rejeitá-la.

Resumindo, quem você acha que estava a quilômetros de distância em termos de Autorrealização? Obviamente, Beth vivia uma vida bem mais desejável do que os pais da Susan, que haviam desistido de tudo.

Independentemente da idade, podemos fazer a escolha de pensar jovem e fazer com que nos sintamos jovens. Tudo depende da quantidade de esforço que estamos dispostos a despender.

Tal cuidado também aplica-se à própria Susan. Sua vida é um reflexo de uma falta de equilíbrio que já começou a alcançá-la, e que só irá piorar. Ela ama os seus pais e quer ajudá-los, mas o tempo e a energia que ela gasta com o cuidado deles estão desproporcionais aos resultados finais. Ela deve tomar medidas imediatas para suprir as necessidades dos seus pais de modo diferente e saudável, para que ela possa seguir com sua vida, com suas próprias necessidades. Só então ela estará apta a viver – como Beth – sua vida ao máximo.

Figura 1.2 Trabalhar com o que gosta traz autorrealização e equilíbrio.
Figura 1.2 Trabalhar com o que gosta traz autorrealização e equilíbrio.

Encontre um equilíbrio

Viver a vida ao máximo significa, diariamente, duas coisas. Primeiro, a Autorrealização é a capacidade de amar o seu trabalho, de realmente se envolver com seja lá o que você faz. Se você cabe nesta definição, você é muito privilegiado. Você desempenhará o seu papel o melhor que puder, pois o trabalho se tornará prazeroso, algo pelo qual você se envolveria, mesmo não tendo uma recompensa financeira.

Ao lidarmos com jogadores de hóquei e outros atletas profissionais, vemos jovens rapazes que estão nessa apenas pelo dinheiro. Eles têm a tendência de serem os lutadores, os executores, os coadjuvantes. Eles duram algumas temporadas e voltam de onde vieram. Mas também já vimos pessoas como Wayne Gretzky (o jogador de hóquei mais famoso do mundo), que ganhou (e ainda ganha) mais dinheiro do que todos esses outros juntos. Por quê? Porque Gretzky ama o jogo de hóquei. É tanto uma alegria constante como um desafio constante para as suas habilidades – por isso ele foi além das suas próprias capacidades durante sua carreira.

Ele conquistou cada centavo, pois ninguém precisou balançar um bolo de notas na frente dele, a fim de obrigá-lo a se dedicar um pouco mais.

Mas trabalho não é tudo. Por isso, a Autorrealização envolve a necessidade de atingir um equilíbrio em tudo que se faz. Os empregadores de hoje estão reconhecendo este fato gradativamente. Eles não querem pessoas que costumam trabalhar a noite toda, mas querem pessoas que fechem o escritório, vão para casa e busquem seus interesses próprios e seus hobbies. Lembre-se, então, que a Autorrealização significa estar onde se quer estar, no trabalho e em outros aspectos da vida.

Clique abaixo e faça atividades de autoavaliação e autoatribuições relacionadas ao tema:

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Referência: Capítulo 5 do livro The EQ Edge: Emotional Intelligence and Your Success, Steven J. Stein, Howard E. Book

Traduzido, revisado e adaptado por Fellipelli Consultoria Organizacional.

Tema: Inteligência Emocional, EQ-i® 2.0.

Subtema: Busque focar e sentir-se bem em cada passo da jornada, o resultado então virá como uma grata surpresa.

Objetivo: Autoconhecimento, Autodesenvolvimento, Coaching, Coaching nas Empresas, Assessment.

Este conteúdo é de propriedade da Fellipelli Consultoria Organizacional. Sua reprodução; a criação e reprodução de obras derivadas – a transformação e a adequação da obra original a um novo contexto de uso; a distribuição de cópias ou gravações da obra, na íntegra ou derivada -, sendo sempre obrigatória a menção ao seu autor/criador original.


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