O que é ter personalidade forte para você?
Alguém que gosta de assumir o protagonismo das ações no trabalho? Uma pessoa teimosa e agarrada às suas próprias ideias e convicções? Ou um profissional rude e sem controle, que faz ameaças e sempre procura falar mais alto em qualquer discussão?
Não há uma resposta simples para o que seria personalidade forte.
Segundo a Líder do NeuroLeadership Institute no Brasil, Denise Manfredi, não é preciso expor os comportamentos acima para uma pessoa ser considerada como de “temperamento ou personalidade forte”.
“Tem muita gente que é tida como quieta, mas que também sabe fazer ameaças”, pondera. “Aquele profissional sobre o qual muita gente comenta ‘nunca dá para saber o que ele está pensando’ também pode, de alguma maneira, ter personalidade forte”, exemplifica.
Aliás, o fato de uma pessoa ter um comportamento mais ‘marcante’ que as demais não chega a ser um pecado. Denise explica que ter personalidade forte pode, sim, ser um traço saudável, desde que isso não atrapalhe o crescimento profissional dos outros.
“Mas se esse temperamento for extremamente egocêntrico, levando a uma postura individualista, é claro que pode ser negativo, pois começa a gerar problemas sociais”, diz. “A partir daí é preciso rever essa postura”.
Neurociência e o Modelo SCARF
O maior problema para quem convive com profissionais de personalidade forte é justamente saber lidar com seus comportamentos – e, principalmente, não se deixar abater por eles.
A tarefa é realmente difícil, conforme apontam estudos da neurociência. Em situações de ameaça ao status, bem-estar ou a um ambiente minimamente controlado, por exemplo, a reação natural do ser humano é de se afastar.
É como se o nosso cérebro fizesse uma espécie de ‘cálculo’ e chegasse à conclusão de que a ameaça do outro é maior do que a recompensa de se aproximar dele. Na neurociência, essa interpretação do comportamento é conhecida como o Modelo SCARF.
“É uma espécie de defesa”, explica Denise. “Geralmente, quem lida com pessoas de personalidade forte, acaba se intimidando e se afastando, em vez de procurar conhecer melhor a pessoa que está gerando essa reação nela”.
Ela alerta que, se a pessoa se permitir ficar refém das emoções, vai deixar o medo e a raiva dominarem.
“Se o status do outro for muito alto, quem tem personalidade forte geralmente vai impactá-la negativamente, fazendo-a se sentir para baixo, inferiorizada”, explica Denise, lembrando que a dor social pode estar ligada a outros fatores além de status, como certeza, autonomia, relacionamento e senso de justiça.
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Use a inteligência emocional a seu favor
Mas é possível quebrar esse ciclo e aprender a conviver com pessoas de personalidade forte. O primeiro passo, no entanto, não é tentar resolver o ‘problema’ do outro, mas conhecer a si mesmo.
Procure entender por que o comportamento do outro incomoda tanto você. A partir daí, use a sua inteligência emocional para montar uma estratégia para lidar com essa pessoa.
“Por que o outro tem tal personalidade? Será que é porque é seguro de si, conhece o que fala e se posiciona com segurança? E o que isso gera em mim? Será que é melhor ter mais cuidado ao lidar com ele, talvez estudar mais o assunto antes de me dirigir a ele?”, questiona Denise.
Ela lembra o caso de Steve Jobs, fundador da Apple e que sempre foi conhecido por seu temperamento forte, com posições firmes sobre os rumos da companhia e seus produtos. Quem cresceu na empresa junto com ele teve que aprender a lidar com seu comportamento.
“Buscar ter segurança naquilo que você faz, adquirir o máximo de conhecimento sobre o seu produto e/ou mercado e ter empatia, isto é, saber se colocar no lugar do outro, são as principais ações para você aprender a lidar com gente de personalidade forte”, recomenda Denise.
Uma outra estratégia bastante eficaz é procurar compreender o perfil psicológico do seu interlocutor. E uma das melhores ferramentas disponíveis para ajudar você nessa avaliação é o MBTI® STEP I e II.
Com ela, é possível identificar aspectos da personalidade de cada um, como preferências e pontos de conflito. Ao conhecer melhor o outro e entender como ele ‘funciona’, fica muito fácil traçar estratégias de relacionamento, principalmente em se tratando de pessoas de personalidade forte.
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