Um estudo de caso elaborado a partir de uma conversa com Sharon Burns, uma integrante da rede.
Sharon estava realizando um trabalho com uma pessoa que exibia sinais consideráveis de stress, já que sua organização passava por um período tumultuado. A pessoa também exibia comportamentos que não eram comuns a ela em circunstâncias normais. O stress, aliado à compreensão necessária para lidar com ele em um contexto organizacional, pode ser de enorme complexidade. O contexto organizacional também pode ser um ótimo lugar para aplicar o TMP® e o MBTI® conjuntamente, pois a tensão entre as preferências de trabalho e as preferências de vida pode representar uma fonte de stress, e a aplicação destes dois instrumentos permite chegar a uma compreensão mais aprofundada da situação.
Neste exemplo, o resultado do TMP® do indivíduo mostrou preferências de trabalho na roda Externa, Finalizador/Produtor, e IPAS como suas quatro métricas de preferência de trabalho. Sua preferência identificada pelo MBTI® foi ISFJ. Os dois resultados apresentaram boa validade de face para o indivíduo.
Esta pessoa conseguia se ver com clareza na área Finalizador/Produtor, mas neste contexto específico ela também percebia a presença de seu “F”, já que a agitação que tomava conta da organização cobrava seu preço, tanto para esta pessoa quanto para o restante da organização. Ela procurava aliviar a situação e lutava para conseguir fazê-lo. A partir de sua perspectiva “A” do TMP®, ela enxergava a necessidade lógica de resolver a situação com rapidez. Entretanto, era uma tarefa difícil e ela não gostava de ver pessoas sofrerem desnecessariamente. Os dois instrumentos apontavam qual era a fonte da dor. O desafio agora consistia em saber o que fazer a respeito.
A pessoa examinou o Modelo dos Tipos de Trabalho e verificou que uma forma possível de lidar com a situação seria concentrar-se em sua função Manutenção. O importante é que seus colegas também viam sentido na ênfase na função Manutenção, e ela obteve apoio para realizar suas atividades. Anteriormente, ela se sentia muito solitária e os outros não conseguiam relacionar seu comportamento com as necessidades da organização nesta época. Uma das âncoras de preferência da função Manutenção é a tomada de decisão baseada em Convicções, e neste caso específico, a ênfase nesta função faz a conexão entre a preferência analítica no TMP® do indivíduo e sua preferência por sentimento apontada pelo MBTI®. Esta prática também trouxe o apoio de seus colegas de trabalho, o que foi fundamental para legitimar seu comportamento. Ela agora estava preparada para agir com eficácia nesta época de turbulência, e ao mesmo tempo em que ainda sofria de um nível considerável de stress, conseguia enxergava que ela fazia a diferença, e sua equipe também.
Dicas para Facilitadores
Como estabelecer um contexto para uma sessão de TMP®
O Perfil de Desempenho da Equipe, o Perfil de Habilidades de Integração, e o Perfil dos Tipos de Trabalho são utilizados dentro de um contexto claro e são resultado de uma avaliação de necessidades feita pelo consultor/ facilitador. Com todos os multi-avaliadores/ multi-índices, os dados dos participantes são coletados antes da sessão e apresentados no relatório. Os dados são diferenciados, e o papel do consultor/facilitador é facilitar a discussão que trará sentido a estes dados e permitir que o grupo faça progresso de maneira alinhada.
O Team Management Profile (TMP®) é o único instrumento que pode ser facilmente aplicado sem a necessidade de um contexto claro. É possível planejar e conduzir uma sessão bastante eficaz com uma variedade de grupos – equipes antigas que não passaram por alterações, equipes novas, equipes de projeto, grupos de trabalho, grupos funcionais ou colaboradores individuais sem vínculo – todos dentro de um contexto mais geral. Estas sessões podem tratar de uma grande variedade de objetivos – formação de equipes, descoberta de equipes e de si mesmo, desenvolvimento gerencial, etc. O desafio nestas sessões é que temos o consultor/facilitador apresentando conceitos, e apesar de os participantes recebem um relatório individual, eles tendem a enxergar o material como conceitual. A condução da sessão geralmente permanece como responsabilidade do consultor/facilitador – e o resultado que temos é uma situação na qual participantes deixam a sessão após passarem por uma experiência agradável, mas nem sempre capacitados a aplicar o que aprenderam em seu trabalho.
Caso o seu interesse seja buscar maneiras de progredir desde o início, você pode estabelecer um contexto mais claro se “fizer uma pesquisa” os participantes antes da sessão. Pessoas e/ou equipes podem responder a perguntas investigativas sobre assessment – uma análise SWOT abrangente (SWOT em inglês significa Forças, Fraquezas, Ameaças e Oportunidades) fundamentada em perguntas específicas formuladas com o objetivo de saber onde a equipe se situa. As respostas podem ser utilizadas como contribuições durante a sessão completa – como exemplos ilustrativos das funções de tipos de trabalho, para estimular discussões específicas sobre as quatro métricas de preferência de trabalho e gerar discussões sobre os perfis de equipe ou individuais.
Ao coletar os dados dos participantes com antecedência, e depois resumir os dados e reportá-los para iniciar a sessão, temos uma maneira de estabelecer um enfoque centrado no cliente e de conferir transparência ao potencial da sessão. Isto torna mais fácil passar a responsabilidade do aprendizado e seus resultados para os participantes, a quem esta responsabilidade é de direito.
Esta abordagem também prepara o terreno para o impacto de longo prazo. O TMP® e os conceitos que o respaldam estão posicionados como um modelo para discutir os imperativos de negócio. O TMP® não é o objetivo da sessão, e sim um veículo para facilitar a identificação, o entendimento e a resolução dos problemas mais sérios dos participantes.